O japonês Hiroo Onoda, foi conhecido como o legendário último soldado do Exército Imperial Japonês que sobreviveu na selva das Filipinas e nunca parou de lutar.
Para durar quase trinta anos, sem apoio ou suprimentos, você precisa de habilidades de sobrevivência e habilidades de campo incríveis.
Onoda focou sobre o básico, comida, água e higiene. Sua dieta consistia de bananas, coco e carne bovina. Ou ocasionalmente arroz e enlatados, roubados dos aldeões locais.
A história de Hiroo Onoda é contada em seu livro “Os Trinta Anos de Minha Guerra” e também em um curta metragem dirigido por Azril Zaim Aziz.
Ele foi oficial da inteligência do Exército Imperial Japonês quando foi enviado em 1944 para lutar durante a Segunda Guerra Mundial na ilha de Lubang, nas Filipinas.
Depois de ter ido parar na selva da ilha, ninguém conseguia convencer Onoda de que a guerra havia terminado e que seu Exército Imperial havia sido derrotado.
Ele sobreviveu, com outros três companheiros, aos bombardeios e ataques das tropas e aliados dos Estados Unidos e não acreditava no fim da guerra. Sobreviveu na selva sem roupas, alimentos processados, armas e munições.
Um de seus camaradas rendeu-se às forças Filipinas, e os outros dois foram mortos em batalhas com as forças locais – em 1954 e em 1972 – deixando Onoda sozinho nas montanhas.
Por 29 anos, recusou render-se, negando cada tentativa de convencê-lo de que a guerra tinha acabado com a rendição do Imperador. Em 1960, Onoda foi declarado legalmente morto no Japão.
Encontrado pelo estudante japonês Norio Suzuki, Onoda recusou-se ainda a aceitar que a guerra tinha acabado a menos que recebesse ordens para baixar armas diretamente de seu oficial superior.
Suzuki retornou ao Japão e com a ajuda do governo japonês encontrou o comandante de Onoda, Major Yoshimi Taniguchi, que havia se tornado um livreiro.
Taniguchi foi para Lubang, cumprindo a promessa de que o buscariam, informou a Onoda da derrota do Japão na Segunda Guerra e ordenou-lhe a depor armas.
Assim, em 1974, após 30 anos desde a chegada à Lubang, ele finalmente se entregou e terminou a sua guerra. Por causa disso, é conhecido como o “último soldado do Exército Imperial Japonês”.
O mais incrível dessa odisseia é como manter a sanidade mental nessas condições durante 29 anos. Por que ele nunca se rendeu? Ou tirar a própria vida, como muitos outros soldados e civis japoneses fizeram na Segunda Guerra Mundial?
Hiroo Onoda foi criado em uma família Samurai, para seguir o Código Bushido.
Em seu retorno ao Japão, Onoda foi questionado sobre o que ele estava pensando o tempo todo.“Cumprindo meu dever” ele disse.
“É preciso ser cívico. Cada minuto de cada dia, durante 30 anos, eu servi o meu país. Eu nunca imaginei se isso era bom ou ruim para mim como pessoa. ”
Em 1975, já de volta ao Japão, Onoda resolve se mudar para o Brasil, onde casou e começou a gerenciar uma fazenda no Mato Grosso com sucesso.
Apesar de bem adaptado e respeitado no Brasil em 1984 Hiroo decidiu retornar ao Japão, sua terra Natal, onde “gostaria de morrer”. Seu desejo foi cumprido 30 anos depois.
Hiroo Onoda tinha 91 anos e morreu em decorrência de um infarto. Ele estava internado em um hospital em Tóquio desde o dia 6 de janeiro 2014, recuperando-se de uma insuficiência cardíaca.
Quais lições Onoda nos deixou?
Necessitamos apenas do básico. Comida e abrigo. Alguém ao nosso lado. E algo em que acreditar. Quando temos isso, podemos suportar qualquer coisa.
Fonte: Wikipédia / medium.com