Campos de concentração de japoneses no Brasil

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Quando falamos sobre campos de concentração, logo lembramos os campos de extermínios nazistas.

Na Segunda Guerra Mundial o Brasil teve campos de concentração para abrigar alemães, japoneses e italianos.

Em 1939, tornou-se obrigatório o cadastramento de estrangeiros, o ambiente para os japoneses tornou-se cada vez mais opressor.

Então, em 1941, foi proibida a circulação de jornais em língua japonesa, encontros, reuniões ou conversas casuais entre três ou mais japoneses eram motivos para detenção.

No ano seguinte foram criados 11 campos de concentração, o objetivo principal era evitar que os imigrantes agissem como agentes infiltrados no país.

Campo de concentração de Tomé-Açu

Durante esse ano os japoneses perderam o direito aos seus bens, e a vila às margens do rio Acará foi isolada. Nascia o Campo de Concentração de Tomé-Açu.

Então, 49 famílias japonesas que viviam na região foram considerados “prisioneiros de guerra”, mesmo sendo apenas agricultores.

Consequentemente, os japoneses que moravam em Belém foram entregues às autoridades e mantidos sob custódia na hospedaria dos imigrantes somente “com as roupas do corpo”.

Enquanto isso, houve vários incidentes, onde brasileiros saqueavam, queimavam lojas e casas dos japoneses, muitos ficaram sem moradia.

Estima-se que, durante os seus três anos de existência do campo, cerca de 480 famílias de japoneses, 32 de alemães e alguns italianos foram parar ali.

A rotina no campo deTomé-Açu

A rotina no campo de Tomé-Açu era de privações, houve confisco de bens como livros, rádio, armas e embarcações pelas autoridades brasileiras, que, por vezes, usufruíam desses bens em benefício próprio.

Em primeiro lugar, as pessoas eram vigiadas diariamente pelas forças policiais para que não houvesse qualquer tipo de comunicação.

Em segundo lugar, as correspondências eram censuradas nas agências de correio de Belém, as pessoas eram proibidas escutar a rádio japonesa.

Além de não serem permitidas reuniões com as outras pessoas do campo, qualquer infração seria penalizada severamente.

O campo de concentração de Tomé-Açu foi mantido até 1945. Com o fim da guerra, esse e outros locais semelhantes que funcionavam pelo Brasil foram extintos.

Os ex-prisioneiros foram libertados e muitos deles tiveram que recomeçar a vida a partir do zero.

A região só se recuperou economicamente após o conflito, através dos imigrantes japoneses, chegou a se tornar a maior produtora mundial de pimenta-do-reino.

Fonte: BBC News Brasil

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